Assim como a morte é um assunto complexo, o luto segue a mesma dinâmica. Cada pessoa lida com o luto de maneira particular, dependendo do grau de proximidade com o ente falecido. Ainda que natural, os sentimentos de angústia têm relação com o seu histórico de vida, a sua saúde mental e a visão filosófica sobre a morte.

No âmbito organizacional, o RH pode conceder licença temporária, na tentativa de aliviar a pressão e a cobrança existentes no ambiente de trabalho. Essa licença pode, inclusive, ajudar a evitar situações de Burnout.

Contudo, existem muitas outras formas de prestar assistência e conforto, que podem fazer diferença para quem sofre a perda. Confira abaixo qual é o papel do RH quando há uma situação de luto. 

Luto no ambiente de trabalho: sentimentos comuns

O período do luto não é linear e nem tem um padrão específico. A única certeza é que após perder um ente querido, as pessoas têm reações diferentes e em níveis diferenciados. Por conta do desconhecimento e das incertezas perante o cenário, é um tremendo desafio saber oferecer a ajuda correta. 

O que corrobora para maximizar a dificuldade é que a pessoa tem inúmeros sentimentos diferentes ao mesmo tempo, como: desespero, desesperança, culpa, irritabilidade e medo. Normalmente, todos os sentimentos fogem à racionalidade.

Por isso, é sempre muito importante que as lideranças desenvolvam as soft skills necessárias para saber lidar com esse tipo de situação, também.

Luto no ambiente de trabalho: os cincos estágios

O livro da escritora Elizabeth Kübler-Ross de “Sobre Morte e o Morrer”, fala sobre conhecer os cinco estágios de luto. Ainda que a pessoa tenha maturidade sobre o assunto, em muitos dos casos, as estruturas emocionais podem ser fortemente abaladas. 

Confira abaixo quais são os estágios:

  • Negação: no primeiro momento, quando ouvimos a notícia sobre o falecimento de um ente querido, não acreditamos. Essa reação visa proteger da verdade devastadora;
  • Raiva: por consequência, começam a surgir sentimentos negativos. O enlutado passa a expressar estes através de atitudes ríspidas, desagradáveis e, em muitos casos, destrutivas;   
  • Negociação: na tentativa de diminuir ou racionalizar a dor, o enlutado começa a ter pensamentos tais como: “caso eu faça isso, conseguirei superar”, “eu posso mudar esses sentimentos”, dentre outros do mesmo tipo;
  • Depressão: sendo a fase mais intensa do luto, a pessoa começa a ter um grande sofrimento interno. Essa fase pode durar semanas ou meses; 
  • Aceitação: a partir de agora, o enlutado passa a compreender que o ente querido não está mais presente, sentimento que se concretiza em sua mente. Por isso, ele já sente uma paz interior, mesmo sentindo muitas saudades.  

Luto no ambiente de trabalho: o papel do RH no acolhimento

Não existe outra forma, a não ser usar da empatia. Ainda que não seja possível sentir exatamente o mesmo nível de sofrimento do que o outro, podemos “pegar” um pouquinho dele para nós. A partir do momento em que não se é acolhido, consolado ou ouvido por outras pessoas, a experiência do luto pode ser ainda mais dolorosa. 

Pensando nisso, o RH necessita adotar ações que visem o acolhimento psicológico e emocional dos colaboradores enlutados. Ainda existem outras práticas que podem ajudar, como inclusão de benefícios e treinamentos sobre lidar com colegas que perderam alguém. 

Outro ponto é fazer com que os gestores da empresa aprendam mais sobre a liderança humanizada e o valor de oferecer suporte emocional aos outros e, para isso, desenvolver a inteligência emocional é essencial.

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Luto no ambiente de trabalho: cinco formas de auxílio

Se pensarmos em ações práticas, como o RH pode ajudar os profissionais em luto? Quais são as ações que são essenciais? Confira algumas destas a seguir!

  1. Desmistifique a morte: através de encenações há a possibilidade de se aproximar, conversar, ouvir e estar presente em todas as etapas do luto. A partir daí, é mais fácil o enlutado sentir-se confortado e seguro com seus sentimentos;
  1. Rede de apoio: ela significa que um grupo de pessoas está disposto a ajudar. O RH deve reunir profissionais (psicólogos e assistentes sociais) que realizam conversas programadas para que o enlutado possa expressar seus sentimentos, trocar experiências e ter conforto;
  1. Antecipação das férias: alguns colaboradores preferem continuar trabalhando no período de luto. Já outros, não têm a mínima condição de realizarem suas tarefas profissionais. Nesse caso, o RH pode antecipar as férias, além de conceder a chamada licença de óbito. Essa “parada” pode auxiliar a pessoa em recuperar suas forças no retorno a rotina de trabalho;
  1. Promoção de ações que valorizem a vida além do trabalho: concessão de benefícios ou direitos durante o período podem ser ótimos, mas quando a empresa promove ações de valorização da vida, tornam o amparo mais efetivo. Uma dessas ações é a homenagem ao ente querido do profissional;
  1. Ações com psicólogos e outros profissionais da saúde mental: o apoio psicológico no período de luto é muito importante. Os profissionais especializados em saúde mental podem ficar presencialmente ou através de chats para conversar com os colaboradores de luto. Caso a demanda interna esteja muito alta, o RH pode oferecer pacotes com sessões de terapia com profissionais externos.

Luto no ambiente de trabalho: e quando ocorre a perda de um colaborador?

Existe a dúvida, também, sobre quando um colaborador da organização perde a vida. Não apenas questões legais devem ser resolvidas, como o RH deve demonstrar apoio. Neste caso, veja quais são as pessoas envolvidas: 

  • Familiares do profissional: além de garantir que todos os direitos trabalhistas sejam devidamente pagos, oferecer ajuda e prestar condolências são essenciais;
  • Outros profissionais da mesma equipe: o trabalho, em muitos dos casos, costuma ser a segunda casa de muitas pessoas. O mesmo pode ser dito dos colegas de trabalho que passam a ser a segunda família de um colaborador. Por isso, é necessário amparar emocionalmente todos os profissionais que atuavam lado a lado com funcionário falecido.

Também é importante repensar sobre o luto da empresa como um todo. Dessa maneira, a família do colaborador falecido notará que a instituição valoriza cada um dos seus profissionais como vidas humanas.

Acolher é papel primordial do RH!

Sabemos que o assunto não é fácil de ser abordado, mas quando existe uma cultura organizacional forte, que promova o acolhimento, a empatia e a colaboração, o luto no ambiente de trabalho fica mais fácil de ser vivido. 

É preciso que o RH junto com as lideranças, estejam atentos ao comportamento do colaborador em caso de luto, prestando todo apoio necessário não apenas para o acolhimento e bem-estar do mesmo, mas também, a fim de evitar processos trabalhistas.

Caso tenha mais alguma dúvida sobre o assunto, deixe nos comentários abaixo!

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